topo
Edição Nº 33 - 31/08/2009
NÚCLEO PARANÁ – SANTA CATARINA
Paraná será sede do GeoSul 2010

O Núcleo Paraná – Santa Catarina dedicará boa parte do segundo semestre deste ano para dos preparativos do GeoSul 2010. O Paraná será a sede do importante evento de geotecnia da Região Sul do próximo ano. A 7ª edição do Simpósio de Práticas da Engenharia Geotécnica da Região Sul espera receber 350 participantes. Previsto para abril, o evento acontecerá em Foz do Iguaçu e contará com visitas técnicas ao complexo da Usina Hidrelétrica de Itaipu. “Itaipu é um verdadeiro parque de diversões para engenheiros”, destaca Andrea Dyminski, presidente do Núcleo PR-SC da ABMS.

A próxima edição do GeoSul já conta com uma relação dos temas imprescindíveis. Assuntos já tradicionais no evento como fundações, taludes, dutos e investigações geotécnicas fazem parte do roteiro que o Núcleo pretende seguir. Um espaço especial será dedicado ao tema barragens. O motivo é o apoio que o Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB) presta ao GeoSul desde já. “O contato com o CBDB tem sido muito importante para nos aproximar de objetivos significantes do evento”, sustenta Andrea Dyminski.

Além de tratar dos temas “fixos” do evento e dar destaque para as barragens, a organização pretende oferecer aos participantes visitas técnicas ao Complexo de Itaipu. “Itaipu será um dos grandes destaques de nosso encontro”, revela Andrea. “Em um único local, encontramos um elevado número de estruturas geotécnicas diferenciadas”.

O participante que estiver na visita a Itaipu terá de escolher dentre as três opções disponíveis na Usina que é uma das maiores obras de engenharia do Brasil. Barragens, fundações e análise sismológica são os três temas que a organização pretende oferecer no menu da visita técnica.

Com um complexo de três barragens, a Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma das maiores geradoras de energia do mundo. Uma barragem de concreto constitui a maior das três e é o espaço no qual as turbinas, que chegaram a gerar, em 2008, 95 milhões de megawatts-hora, estão instaladas. Em conjunto com a barragem de terra e enrocamento e a barragem da margem direita (contato com o Paraguai), a barragem principal completa os 8 km de extensão e configura o cenário da primeira opção de visita técnica do GeoSul 2010.

Outra alternativa para os participantes, que se deslocarem até Itaipu, é a visita às fundações profundas da Usina que movimentou 32 milhões de m³ de rocha e 23 milhões de m³ de terra. A terceira opção de visita é à estação sismológica de Itaipu. “Durante o evento teremos uma palestra sobre análise sismológica que será coroada com a visita”, revela Andrea.

As expectativas de receber 350 participantes para o GeoSul2010 ano trouxeram novos ares para o Núcleo que dedicou boa parte do primeiro semestre à discussão sobre a tragédia que afetou Santa Catarina no final do ano passado. Desde a ocorrência dos deslizamentos que foram a causa da maioria das 135 mortes no estado, entre o final de novembro e o início de dezembro de 2008, o Núcleo mobilizou associados que participaram diretamente das ações de resgate junto à Defesa Civil.

“A partir do momento em que as consequências dos deslizamentos estavam contidas, nos propusemos a levar informações sobre as causas do acidente ao maior número possível de pessoas”, destaca a presidente do Núcleo. “E foi para esse objetivo que dedicamos boa parte do primeiro semestre”.

Núcleo Paraná - Santa Catarina e os deslizamentos

Durante os primeiros meses do ano, o Núcleo promoveu dois eventos para discutir as causas do acidente e participou de outros dois, com os quais contribuiu através do relato dos associados que participaram das ações e também das conclusões que a ABMS fez acerca do acidente. Ao final dos eventos o Núcleo havia falado sobre os deslizamentos, suas causas, consequências e medidas preventivas a mais de 400 pessoas. “Estamos felizes por termos participado de ações que levaram este assunto ao foco que ele merece”.

O primeiro momento em que o Núcleo se dispôs a falar sobre assunto foi marcado pelo Seminário sobre os Deslizamentos de SC. O encontro ocorreu em Joinville e contou com a participação de mais de 100 engenheiros, técnicos da Defesa Civil e autoridades.

 

A segunda vez em que a ABMS se pronunciou sobre o assunto foi como convidado especial do I Workshop Geotécnico-Geológico das Catástrofes Naturais em SC, realizado entre os dias 14 e 15 de abril. Organizado pelo Grupo Técnico Científico (GTC), criado pelo Governo de Santa Catarina no final do ano passado, o evento aconteceu em Florianópolis e teve por objetivo definir projetos e para que a área afetada fosse recuperada e para evitar consequências desastrosas no caso de novos acidentes naturais.

Foi também como convidado que o Núcleo participou, no dia 20 de maio, da Semana da Engenharia da UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense, em Criciúma. A participação contou com palestras que relataram a profissão do Engenheiro Geotécnico e também que abordaram a atuação do Núcleo nas enchentes e deslizamentos de novembro e dezembro de 2008, em Santa Catarina. Cerca de 100 participantes reuniram professores, estudantes e engenheiros da região.

O geotécnico Hudson Régis Oliveira, vice-presidente do Núcleo Paraná - Santa Catarina e engenheiro da Transpetro, apresentou relato sobre obras de contenção de encostas e inspeções geotécnicas coordenadas nas faixas de oleodutos do Sul. “Hudson enfatizou a importância da rápida tomada de decisão para estabilização de encostas que apresentaram rupturas na faixa de dutos”, destaca Andrea Dyminski.

O professor da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), Edgar Odebrecht, apresentou o serviço voluntário da ABMS nos dois últimos meses de 2008, em Santa Catarina. Diante das poucas informações que a situação fornecia, Odebrecht destacou a importância do conhecimento na área para a tomada de decisão em condições de emergência.

Um dia depois de participar da Semana de Engenharia da UNESC, o Núcleo se voltou para o segundo evento que promoveu sobre os deslizamentos catarinenses. Com o tema, “Grandes deslizamentos: a tragédia ocorrida em novembro de 2008 no Leste Catarinense”, o núcleo levou ao centro do debate apresentações de Eduardo Dell’Avanzi e Ney Augusto Nascimento, da UFPR e Elisangela do Prado Oliveira e Luiz Antoniutti Neto, da Fugro – In Situ (foto).

“A palestra do De Lavanzi foi extremamente emocionante, um momento muito tocante”, afirma Andrea. “Ele falou das pessoas que tiveram de deixar suas casas, falou do lado humano da tragédia”. O evento foi realizado no auditório do LAME/CESEC da Universidade Federal do Paraná, no Centro Politécnico Jardim das Américas e contou com 100 participantes.

A contribuição da ABMS e o auxílio às autoridades e à população não pararam na participação no dia-a-dia da tragédia e nos eventos que promoveu e dos quais participou. O envolvimento da entidade com a causa resultou em um documento histórico, que com a chegada da época de chuvas volta ao foco de discussões – a Carta de Joinville, um documento de importância histórica que indica, sob os prismas de um quadro técnico conceituado, as medidas preventivas que devem ser tomadas para que tragédias como a do final de 2008 não se repitam.

A e-ABMS é a revista eletrônica da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Diretoria:
Jarbas Milititsky
Arsenio Negro Jr.
Fernando Schnaid
Ilan Gotlieb
André Pereira Lima
  Editor: Helvio Falleiros
Repórter: Graziele Storani e Renata Tomoyose