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Edição Nº 39 - 01/07/2010
GUARUJÁ – 22 E 27/5
Conferência de Geossintéticos e Simpósio de Solos Moles levaram comunidade geotécnica ao Guarujá

Entre os dias 22 e 27 de maio, o Hotel Jequitimar, no Guaruja, litoral de São Paulo recebeu mais de 900 membros da comunidade geotecnia nacional e internacional. O Simpósio de Solos Moles, realizado de 22 a 23 de maio, contou com 227 inscritos de 13 países diferentes. Cerca de 800 participantes compareceram à 9ª Conferência Internacional de Geossintéticos, entre 23 e 27 de maio. Confira detalhes dos dois eventos.

9ª ICG NO BRASIL
Com 800 participantes, Conferência de Geossintéticos foi destaque no calendário geotécnico

Pela primeira vez realizada no hemisfério Sul, a Conferência Internacional de Geossintéticos, organizada pela Sociedade Brasileira de Geossintéticos, com o apoio da ABMS, reuniu 800 participantes. “Foi a primeira vez que um país do hemisfério Sul teve a oportunidade de sediar um evento deste porte e estamos felizes com o resultado”, afirma Maurício Ehrlich (foto), presidente da Comissão Organizadora da 9ª ICG. O evento reuniu nomes de destaque como os brasileiros Sandro Sandroni, Luis Guilherme de Mello, Orencio Monje Vilar e Romero Cesar Gomes além de J.P.

Giroud, da Sociedade Internacional de Geossintéticos. Além de personagens de destaque no cenário geotécnico, a edição brasileira do principal evento mundial de geossintéticos trouxe duas novidades – palestras de treinamento e sessões de discussão. Ao longo dos cinco dias de evento – 23 a 27/5 – os presentes ao hotel Jequitimar, no Guarujá, no litoral paulista, participaram de 12 palestras de discussões, 11 sessões de treinamento além das mais de 40 sessões técnicas.

O encontro que reuniu 800 participantes abrigou entre os cinco dias palestras, mini-cursos, discussões, visitas técnicas e os principais assuntos nacionais e internacionais referentes a geossintéticos. Ensaios e propriedades de geossintéticos, interação solo-geossintético e desempenho de longo prazo dos materiais sintéticos foram três temas de destaque.


Ao lado de geossintéticos em aplicações ambientais, estiveram o uso de geossintéticos em mineração e drenagem e filtração. Aplicações hidráulicas dos geossintéticos também foram discutidas assim como a utilização dos materiais em rodovias e ferrovias. O uso dos geossintéticos em muros e taludes reforçados foi abordado. A questão dos aterros entrou também em cena na 9ª ICG, que abriu espaço para discussão das melhores publicações em periódicos IGS. Na foto ao lado J.P Giroud, da Sociedade internacional e Geossintéticos, durante a primeira Palestra de Pretígio, que aconteceu no domingo, 23/5.

Espaço para discussões

Além de contar com os protagonistas tradicionais da Conferência, as sessões técnicas, o evento coordenado pela equipe brasileira trouxe duas inovações. Momentos de discussão e de treinamento foram as grandes novidades desta nona edição.

Doze sessões de discussão fizeram parte do encontro. Depois de algumas palestras, as sessões de discussões foram abertas. “Como participante e em conversa com outros participantes, concluiu-se que depois de assistir a uma palestra, as pessoas querem ter a oportunidade de debater o que foi exposto”, afirma Mauricio Ehrlich, presidente da Comissão Organizadora do 9ª ICG. “Assim nasceu a ideia de promovermos as sessões de discussão”.  Essas sessões foram coordenadas por três brasileiros: Benedito Bueno, Anna Laura Nunes e Maurício Ehrlich.

Os 12 temas abertos para discussão foram: Engenharia de Mineração, Dimensionamento e Desempenho de Muros de Contenção, Geossintéticos em Aterros Sanitários, Geossintéticos em Agricultura e Acquacultura, Novas Técnicas para Estabilização de Solos Moles com Geossintéticos, Colmatação de Filtros Geotêxteis, Interação Solo-Geossintético, Desempenho de Longo-Prazo de Geossintéticos, Desempenho de Geossintéticos em Aplicações Ambientais e Hidráulicas, Geossintéticos em Sistemas de Confinamento, Geossintéticos em Pavimentação e Normas e Recomendações para Solos Reforçados.

Para ter acesso a mais fotos do evento, acesse a galeria de fotos clicando aqui.

Possibilidade de treinar

Nunca vistas em outras conferências de geossintéticos, as sessões de treinamento foram criadas para atender aos participantes que se interessam pelo assunto mas ainda não têm domínio do tema a ponto de entender as sessões técnicas que se desenrolam no evento. “Foi um modo encontrado para incluir todos os participantes na Conferência”, afirma Maurício Ehrlich. “Muitas vezes os participantes se interessam pelo geossintético e ainda não conhecem o tema a fundo. A intenção é que ele saia do encontro com informação”.

Quem preferiu palestras de treinamento pôde ter acesso a informações de base sobre onze temas diferentes. Estruturas de solo reforçado sob solicitações sísmicas foi o primeiro deles seguida por estabilidade de taludes para sistemas de impermeabilização e aplicações de tubos de geotêxteis. Sistemas de detecção de vazamentos foram o quarto tema da palestra de treinamento. Medição e interpretação da resistência ao cisalhamento na interface e dimensionamento de rodovias não pavimentadas estabilização de subleitos com geossintéticos como reforço foram subsequentes. O sétimo tema exposto em forma de treinamento foi ensaios e especificação de geossintéticos para controle de erosão seguido de controle de qualidade para instalação de geomembranas.

Os últimos três temas de treinamento abordados durante a 9ªICG foram técnicas de solda de geomembranas, estabilidade sísmica de muros em solo reforçado com face em painéis modulados e aterros sobre solos moles reforçados e estabilização de solos mole. 

Depois de cinco dias de evento e mais de 20 palestrantes envolvidos, a Comissão que levou ao conhecimento de cerca de 800 pessoas a abordagem de mais de 30 temas inseridos no mundo dos geossintéticos se diz satisfeita. “Além da possibilidade de treinamento e interação a qualidade técnica do evento foi elevada”, revela Ehrlich. “A Comissão está realizada”.


Solos Moles: Simpósio reúne 227 inscritos de 13 países

Muitas estradas, ferrovias, portos e outras obras de infraestrutura estão instaladas em regiões de baixadas, próximas à costa brasileira, onde prevalecem muitas vezes os solos moles, sujeitos a grandes deformações. Para manter em bom estado as obras já existentes e viabilizar futuros empreendimentos, é preciso conhecimento aprofundado a respeito dos solos moles.

E foi para ampliar este conhecimento e analisar novas técnicas e procedimentos de investigação e construção que a ABMS realizou em maio, no Guarujá (SP), o Simpósio de Solos Moles, cuja organização coube ao engenheiro Márcio Almeida. “Reunimos, nos dias 22 e 23/5, alguns dos principais especialistas do Brasil e do mundo neste tema”, aponta Almeida. “Contamos com 227 profissionais de 13 países”.

O simpósio precedeu a Conferência Internacional de Geossintéticos – 9ª ICG, realizada no mesmo local. “Foram eventos irmãos, focados em temas complementares”, avalia Márcio Almeida. “O Simpósio foi muito bem avaliados por seus participantes”.

Almeida cita alguns exemplos de obras importantes edificadas sobre solos moles, como a BR 101 – rodovia litorânea que vai do Sul ao Norte do País – a Vila Olímpia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e o porto do Rio Grande. “Estão previstas, para os próximos anos,  novas obras de infraestrutura – e muitas deles serão realizadas em regiões de solos moles. É preciso reunir e aplicar todo o conhecimento disponível hoje no mundo para fazer as investigações necessárias, o planejamento, a construção e a manutenção dessas obras”, avalia o engenheiro.

A e-ABMS é a revista eletrônica da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
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Repórter: Graziele Storani e Renata Tomoyose