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Edição Nº 35 - 09/12/2009
ARSÊNIO NEGRO JR.
5ª Palestra ABMS reúne 100 participantes no Nordeste

A 5ª edição da "Palestra ABMS", que já passou por Brasília e pelos estados do Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, marcou presença no início de dezembro nas cidades de Recife (PE) e Salvador (BA). O palestrantre dessa 5ª edição é o projetista paulista Arsenio Negro Jr., vice-presidente da ABMS e diretor da Bureau Projetos. Ele apresentou o tema “Previsão, monitoramento e avaliação de desempenho das estruturas geotécnicas”, propondo soluções para reduzir os riscos de acidentes em obras de geotecnia. A palestra foi realizada na quarta-feira, 2/12, no auditório da Escola Politécnica da Universidade do Pernambuco, em Recife, a partir das 19h. No dia seguinte, quinta-feira, dia 3, Arsenio esteve em Salvador no auditório Leopoldo Amaral da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Na foto acima, Arsenio está ao lado do professor Jaime Gusmão Filho, ex-presidente da ABMS e membro do Núcleo Nordeste.

A 5ª "Palestra ABMS" chegou ao nordeste depois de ter reunido cerca de 300 participantes nas cidades em que passou neste ano: Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. O trabalho de Arsenio foi também apresentado na Conferência Internacional da Sociedade Internacional de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ISSMGE), que aconteceu no início de outubro, na cidade de Alexandria, no Egito. A proposta do vice-presidente da ABMS, apresentada no trabalho, é alcançar um valor justo para as obras, sem falta ou desperdício de recursos. Na foto, Arsenio Negro Jr. durante palestra em Recife, para o Núcleo Nordeste.

A palestra da quarta-feira reuniu cerca de 40 participantes na Escola Politécnica da Universidade do Pernambuco. “Foi um encontro muito produtivo. Arsenio trouxe uma discussão técnica de altíssimo nível”, destaca Stela Fucale, presidente do Núcleo Regional Nordeste. No dia 3/12, Arsenio falou sobre seu trabalho em Salvador. Na foto, a equipe de professores da Universidade Federal do Pernambuco.

O auditório Leopoldo Amaral da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia recebeu 60 professores, alunos e profissionais. “Simplesmente muito interessante. A vinda de Arsenio foi uma ótima oportunidade para estarmos próximos de uma discussão de extrema importância”, declara Carlos Carillo (foto), presidente do Núcleo Regional Bahia.

A PESQUISA

Desenvolvido em parceria com outros quatro nomes importantes da geotecnia mundial, o trabalho de Arsenio Negro Jr representa uma revisão das três atividades fundamentais da engenharia geotécnica. Os participantes são convocados a repensar o modo como efetuam a previsão, monitoramento e avaliação de desempenho das estruturas geotécnicas que projetam.

Ao explicar que qualquer obra geotécnica envolve os três processos (previsão, monitoramento e avaliação de desempenho), Arsenio destaca o quanto questões como segurança e viabilidade econômica podem ser favorecidas por um maior empenho no uso dos métodos disponíveis. Realizada a partir de modelos numéricos, a previsão tem a função de estimar como o solo vai se comportar. O processo é complementado pela segunda etapa do projeto – o monitoramento. “É nesse momento que o projetista avalia se o que calculou na previsão está de acordo com a realidade”.

Caso a previsão não seja adequada, fica caracterizada uma não-conformidade. O problema, segundo Arsenio, está no fato de que nesse caso o erro só será constatado no monitoramento. “A não-conformidade poderá ser do projeto ou da construção, mas em qualquer caso, haverá desperdício de tempo e investimento”, sustenta o palestrante.

Há, no entanto, uma série de parâmetros à disposição do projetista que podem evitar tais situações. Arsenio ressalta a importância dos indicadores de normalidade - índices adimensionais que funcionariam como indicadores de desempenho da obra. Os indicadores permitem o cruzamento de dados que relacionam tipo de solo e estrutura a ser construída. Com o uso desses indicadores, a avaliação do desempenho no momento do monitoramento depende menos da qualidade da previsão, que está sujeita a erros.

Durante a palestra, Arsenio apresenta uma análise crítica dos indicadores disponíveis para quatro tipos de obras. Fundações (principalmente profundas), Aterros, Escavações Escoradas e Túneis. Cada estrutura é tratada separadamente. Em cada caso, Arsenio revê a resposta típica e avalia a previsão do comportamento. Ao examinar os procedimentos para monitoramento de cada uma das quatro estruturas abordadas, o palestrante discute procedimentos para avaliação do seu desempenho.

PROJETO INTERATIVO

Além de tratar dos indicadores como apoio ao projeto, Arsenio leva ao palco das discussões uma abordagem pouco utilizada pelos geotécnicos. Conhecido também como Método Observacional, o Projeto Interativo é um procedimento que permite ao projetista, através do monitoramento da obra, fazer as alterações julgadas necessárias à otimização pretendida. “Em nossa profissão, mexemos diretamente com o solo”, lembra Arsenio. “Isso faz com que grande parte da obra seja ditada pela natureza e tenha suas carências e riscos modificados no decorrer da construção”.

É importante neste sentido corrigir e modificar a obra de acordo com os condicionantes naturais. Além de tornar o processo mais confiável por permitir ajustes e cuidados no momento conveniente, o Método Observacional possibilita, segundo o vice-presidente da ABMS, a aplicação exata de recursos e, desse modo, a execução de uma obra mais econômica.

“É um método bom para ser aplicado em obras que permitem o estilo de produção em série, ou seja, obras lineares que serão construídas em um intervalo curto de tempo”, afirma. “O Método Interativo merece atenção e é justo que seja mais explorado e usado”. Clique aqui para obter cópia do relatório de Arsenio Negro Jr..

A e-ABMS é a revista eletrônica da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Diretoria:
Jarbas Milititsky
Arsenio Negro Jr.
Fernando Schnaid
Ilan Gotlieb
André Pereira Lima
  Editor: Helvio Falleiros
Repórter: Graziele Storani e Renata Tomoyose